domingo, 2 de setembro de 2012

De volta à sociedade! (Parte I)


Logo quando Alemão voltou, um dos primeiros e-mails que ele me mandou continha as seguintes palavras (e-mail na íntegra):

“Amor,... quero que vc saiba que vc é uma pessoa maravilhosa,... tem me ajudado muito em minha vida,... sei que tenho defeitos de carater, as vezes sou grosso, ciumento demais....

mais saiba tambem que te amo muito,... e se sou assim é porque tenho medo de te perder para sempre,... se um dia nós nos separarmos,... quero sua amizade, sincera, pura e doce....
voce é uma pessoa muito especial em minha vida, fez eu enchergar muitas coisas que eu não dava valor.... quero sempre estar ao seu lado,.. e espero que vc sempre esteja do meu!
te amo muito vc é Linda, por dentro e por fora,.. tem seus defeitos como todas pessoas mais o que vale e o querer ver bem das pessoas que te amam!
um grande Beijo no seu coração!]
TE AMO TE AMO!
Beijocas!”


Eu estava completamente tomada pela felicidade e pela esperança! Eu quase não cabia em mim de tanta felicidade. Era uma sensação maravilhosa estar com ele de volta.

Me vi obrigada a contar para o meu pai que estávamos juntos, não poderia sustentar a relação escondida o resto da vida. Apesar de toda dificuldade ele “aceitou”, mas não queria que o Alemão entrasse em nossa casa e foi assim durante algum tempo.
Depois de alguns meses o meu pai pegou um pouco de confiança no Alemão novamente e então ele voltou a frequentar a nossa casa.
Depois que voltou, o Alemão sempre conversava muito comigo e sempre me contava algo sobre como levava a vida antigamente e o quanto ele não queria voltar para ela. Falava em construir família e ter um futuro promissor ao meu lado. Disse-me ainda que não podia ter acesso ao álcool, pois era compulsivo e o álcool era o passo inicial para as outras drogas. Sempre deixou claro que eu poderia beber normalmente e sem problemas, no entanto não o fiz! Acredito que a partir do momento que me predispus a viver ao lado de uma pessoa que não pode e nem deve consumir bebida alcoólica não tinha sentido algum eu consumir e assim eu fiz.
Alemão passou no vestibular, trabalhava direitinho e não sumia!! Estava tudo maravilhoso. Até o seu Emiliano deixar ele tomar uma latinha de cerveja um dia, dividir um vinho outro, beber um pouco no NATAL, tomar uma taça de champagne na virada de ano e ai então as coisas já não estavam muito boas. Alemão se sentia seguro para voltar a beber e fazia isso, só que muitas vezes bebia escondido.
 
[Em Janeiro de 2012 vim morar com o Alemão e sua família.]

Desde o NATAL, quando bebeu, o nosso relacionamento nunca mais foi o mesmo. Eram muitas brigas, discussões e desconfiança. Eu sempre muito impaciente, fria e com palavras que eu sabia que o iriam magoar. Ele sempre sereno e calmo, nunca perdia a cabeça, impressionante!! Em Fevereiro, na comemoração do seu aniversário ele bebeu tudo o que não tinha bebido todos esses dias em que tinha ficado internado. Passou muito mal e disse que realmente não podia voltar a beber. Acontece que um dia antes da festa de aniversário, ele recebeu a visita (na porta de casa, a visita não entrou) de um “amigo” que eu nunca tinha escutado ele falar, amigo esse que quando eu cheguei no portão, subiu na moto e saiu sem que eu pudesse ao menos ver seu rosto. Alemão me contou uma mentirinha básica e eu deixei passar, mesmo sem acreditar, como até hoje ainda não acredito.
Certo dia, em uma aula de sábado pela manhã na faculdade o Alemão foi liberado mais cedo, mas não me avisou. Quando fui liberada fui ao seu encontro e percebi seus olhos vermelhos, bem vermelhos, típico de quem tinha acabado de “fumar um beck”, como eles dizem. Aleguei que ele tinha usado e a priori ele negou, depois admitiu e me pediu perdão. Eu fui extremamente grossa, disse a ele que ele era um “fraco”, disse ainda que ele era “um drogadinho filho da puta”, disse que ele “destruiu todos os planos que eu tinha pra nós dois” e disse ainda que se eu não houvesse percebido ele nunca iria me contar, chamei de falso e cínico. Foi horrível, eu fui um monstro. Depois de muitas discussões, liguei para minha mãe e ela me pediu para que tivesse calma, serenidade, esfriasse a cabeça e conversasse depois com ele.
Com calma, Alemão me disse que queria voltar para a clínica, disse que havia sido fraco e que ganhou a maconha de um “amigo”. Depois de conversas familiares, decidimos não envia-lo de volta à clinica, já que segundo ele, aquela havia sido a única recaída e que ele iria se comprometer a se controlar e que se se sentisse fraco ou vulnerável, pediria ajuda. Então, mais um voto de confiança lhe foi dado e dessa vez não só por mim, como por sua família.

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