14º dia sem você...

''A gente muda o mundo na mudança da mente e quando a mente muda, a gente anda pra frente. 
E quando a gente manda, ninguém manda na gente!
Na mudança de atitude não há mal que não se mude, nem doença sem cura!''

Bom dia, hoje é o 14º dia sem o meu amor e nesses últimos dias (como já contei aqui antes), ele aprontou bastante, o suficiente para que a nossa ligação que ocorreria domingo (09 de setembro de 2012) fosse adiada por três semanas. 
Hoje estou bem balançada, confusa e insegura. Para falar a verdade, desde ontem a noite que não tenho sossego. Marcel (monitor diurno da clínica) não me atende mais com a mesma frequência de antes e a dona Lúcia (dona da clínica) já não me atendia antes mesmo (por ser uma mulher muito ocupada, são muitos internos pra ela dar conta da família de todos).
O que tem me deixado muito intrigada e inquieta na verdade nem é a "rejeição" deles, pois GRAÇAS A DEUS ainda tenho o Sergi (monitor noturno) que tem sido bem paciente comigo e tem conversado e me tranquilizado todos esses dias. A verdade é que fiquei muito balançada com essas atitudes do Alemão: "bolachas" na mão de um dos internos e a questão do fogo nos colchões. Tudo bem que nenhuma das duas idéias partiu dele e tudo bem também que ele não colocou fogo em nenhum dos colchões, mas como disse antes, ele foi passivo a isso tudo e isso me assusta muito, muito mesmo. Isso me leva a pensar até onde ele iria para conseguir contato com a família dele e contato comigo? 
No post do dia 2, contei tudo que aconteceu e senti um certo alívio quando li o comentário da Emily, que além de ter sido super fofa me pedindo para ficar em paz pois no final dará tudo certo, me orientou a procurar o grupo Amor Exigente (que por sinal não tem nenhuma sede aqui na Bahia). No comentário ela disse que se identificou, pois o seu companheiro também havia tomado atitudes que o levassem a expulsão, mas como a clínica onde ele está internado tem outras unidades pelo país, ele foi transferido.
Esse blog foi a melhor coisa que aconteceu em minha vida desde que o Alemão foi internado, sabe? Tenho lido todos os post's, todos os blog's relacionados e tenho procurado me manter antenada. Fico muito aliviada em perceber que existem muitas histórias parecidas com a minha, pois é sinal de que essas atitudes são características dos dependentes e não dos nossos respectivos companheiros.
A minha mãe tem acompanhado tudo desde o início e tem me dado muita força. Não somente por ser minha mãe, mas por gostar de Alemão e perceber que ele é uma pessoa boa. Desde que liguei pra ela e contei o ocorrido, ela ficou super triste:  "Alemão está tendo atitude de menino, moleque e isso eu nunca achei que ele fosse!" foi o que ela falou pra mim no telefone. Desde então ela tem sido um pouco fria, não tem conversado muito sobre o assunto como conversava antes. Estou com muito medo de que a minha mãe desista, pois ela tem sido meu alicerce nesse momento. Espero que seja "tristeza" passageira e que ela não o abandone e principalmente: não me abandone. Ontem conversei com ela a respeito dela dividir comigo o custo do livro escrito pela Poly P. e ela disse que"depois a gente vê isso". Sabe? Foi super ríspida!! Estou muito preocupada e com medo. Quero continuar com o meu companheiro, quero poder ajuda-lo da maneira correta agora, pois antes  não sabia como fazer isso. Mas se eu não tiver apoio da minha mãe, vai ser muito mais complicado. Não que ela vá me virar as costas, mas se eu não puder contar como apoio dela, vou contar com quem? Deus é o único que sei que nunca desistirá do Alemão e também de mim e peço a Ele todos os dias para que isso passe, pois essa angústia tem me consumido. Estou muito fragilizada e com medo, muito medo.
Acabei de ligar para o Marcel 4 vezes seguidas e ele não me atendeu. Prometi a mim mesma que pra ele não ligo mais. Consegui falar com a dona Lúcia, ela disse que está tudo sob controle. Perguntei se ele admitiu o que fez e ela me respondeu: "Ah, admitiu sim!Pediu desculpas e tudo. Mas isso faz parte do processo,não se preocupe. Se fosse fácil vocês mesmos resolveriam aí. Ontem a noite eu vi sua ligação mas não pude lhe atender, ia te mandar sms mas não sei mexer em celular para essas coisas. Hoje a tarde eu vou até a clínica, vou conversar com ele. Me ligue de noite, por volta das 18:30 pode ser?" e foi então que eu concordei e desligamos o telefone.
Ela, assim como os outros profissionais de lá sabem como agir e o que falar com ele né? Mas seria bom que ele soubesse que estou muito magoada, muito triste. Queria que soubesse ainda que fiquei sobretudo assustada, pois não esperava DELE atitude como essas, por mais que a participação dele tenha sido mínima, ele foi omisso às outras.
Bom, acho que já desabafei bastante. Tenho que ir estudar, hoje tenho uma prova muitíssimo importante na faculdade e preciso estudar bastante não é mesmo? Ele está lá, sossegado, está seguro e não vai fazer nada que possa vir a me preocupar (com fé em Deus depois dessas ele tome mais juízo), então vou cuidando da minha vida por aqui e qualquer novidade amanhã eu conto, pois chego em casa meia noite da faculdade todos os dias, fica muito cansativo postar no blog esse horário pois acordo cedo pra trabalhar.
Beijocas e boa prova pra mim!! (Risos)