Minha cunhada: Alim
Sogra: Tera
Quando vi as 3 ligações perdidas do seu Emiliano no
meu celular retornei imediatamente, foi quando Alim aos prantos me disse o que
eu me lembro como se fosse hoje: “Luiza? O Alemão acabou de ir para a clínica
de reabilitação. Ele que tentou te ligar pra avisar, mas você não atendeu. Ele
pediu pra dizer que te ama e que ele foi por sua causa!”. Eu não conseguia
dizer nada, só conseguia chorar. Era uma mistura de felicidade, alívio e
saudade, muita saudade.
No dia em que terminamos ele teve uma overdose, passou
10 dias na UTI e 5 dias no CTI. Depois de liberado, saiu do CTI direto para a
clínica.
Na clínica ele não podia ter contato com a família e
nem com amigos durante os 15 primeiros dias e só poderia receber visitas depois
de 30 dias. Não tinha acesso a internet e nem a celular. Tinha acesso a psicóloga e todos os
dias assistia a palestras e participava de reuniões.
[P.S- Meu pai e minha mãe são separados. Morei com
minha mãe até os 14 anos e depois fui morar com meu pai.]
Durante algum tempo fiquei sem contato com os familiares
do Alemão. Apesar de todo amor, saudade e felicidade, havia em mim um
sentimento de dúvida, insegurança e medo. Sem contar na pressão que eu sofria
do meu pai (eu já morava com ele na época) a respeito disso. Ele repreendia
qualquer tipo de ligação que eu pudesse vir a ter com ele e a família dele e
isso me ajudava muito a ser forte e não procurar notícias do Alemão.
Pouco antes de completar 30 dias internado, dona Tera
me ligou me convidando para ir visita-lo. Fiquei muitíssimo empolgada e minha
mãe me deu todo o apoio para que eu fosse, mas meu pai não. Infelizmente ele me
disse: “você vai ter que escolher, ou ele ou eu!”. E aquelas palavras foram
extremamente cruéis para mim. Ele me fez escolher entre ele e o menino que eu
amava, sabendo ele, claro, que eu o escolheria.
Foi muito triste não poder visita-lo, mas acabei me
conformando. No dia que recebeu a visita dos familiares ele me ligou do celular do seu
Emiliano e no meio a tantos prantos nos falamos pouco mais de 10 minutos e
então desligamos.
Durante os 3 primeiros meses em que ele estava
internado tentei me relacionar com outros garotos, sempre sendo muito sincera
quanto ao que eu sentia pelo Alemão com eles, mas não foi possível me
relacionar com outro homem se o meu coração estava lá naquela clínica.
Depois de 3 meses, Alemão foi liberado para passar 5 dias com a família e me visitou. Era a
primeira vez que nos encontrávamos (escondido do meu pai) pessoalmente depois
de aproximadamente 4 meses. Eu não tinha palavras, só conseguia olha-lo, fitar
cada detalhe pra poder ficar guardado na memória. Ele estava mais “fofinho”, mais
bonito, com o olhar mais intenso. E foi nesse dia que nos vimos que eu e ele
reatamos o namoro (também escondido do meu pai) e eu o disse que esperaria ele
voltar.
Sempre tínhamos contato e ele sempre muito feliz, determinado e com
sede de mudar de vida. Dois meses se passaram e então, depois de 5 meses
internado, Alemão estava de volta pra mim, para a sua família e para a sociedade!
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