sexta-feira, 1 de março de 2013

Segunda promessa...



“A Segunda Promessa da Recuperação da Dependência Emocional
Aceitamos o outro como ele é, sem tentar modifica-lo para atender as nossas necessidades.”
( Meditações diárias para MULHERES QUE AMAM DEMAIS, Robin Norwood)

Oi pessoal, sei que estou em falta com o blog, mas pretendo (ainda que aos poucos) voltar com a sequência de postagens.  Hoje vou escrever um pouco sobre a Segunda Promessa da Recuperação da Dependência Emocional.

Antes mesmo de conhecer o meu companheiro, de conhecer a doença da adicção e de conhecer ainda a minha doença, eu já tinha no meu perfil traços da codependencia. Sim, já havia!
Hoje afirmo isso com certeza, pois através  da literatura, pude perceber que desde sempre quis não só adequar e modificar meus familiares para atender as minhas necessidades, como também amigos e então, o meu companheiro.

Lembro perfeitamente do quão arrogante eu era, de modo que enxergava claramente onde meu companheiro deveria mudar para que então pudéssemos conviver bem, mas não enxergava, de maneira nenhuma, que ninguém tem que se adequar a ninguém e que ao contrário do que eu pensava, eu só posso modificar a mim mesma e nunca ao outro.

Não conseguia enxergar ainda que ao mesmo tempo que havia um dedo apontado para o meu companheiro, simultaneamente haviam três apontados para mim. E graças ao meu Poder Superior hoje, em recuperação eu percebo isso.

A partir do momento que eu parei de tentar corrigir o outro (em especial o meu companheiro) e aprendi a ser feliz como eu sou e aceita-lo como ele é, não importa  o que ele esteja fazendo, eu estou sendo feliz. Aumentando assim, as chances de que ele seja feliz também, deixando-o livre para fazer as suas escolhas.

“Para muitas de nós, o tratamento de recuperação consiste em aprender a fazer exatamente o oposto do que sempre fizemos.”  ( Meditações diárias para MULHERES QUE AMAM DEMAIS, Robin Norwood)

E é exatamente o que venho buscando dia após dia: deixar de fazer o que fazia antes. Só por hoje eu venho aprendendo a entender que por mais que EU queira que “ele melhore nisso”, “melhore naquilo”, EU não escolho nada. Aliás, escolho sim. Escolho onde EU posso ser melhor, mas somente o que diz respeito a mim.

“Quando uma mulher que ama demais desiste da cruzada de mudar o homem da sua vida, ele, então fica à mercê das consequências de seu próprio comportamento. Uma vez que ela não está mais frustrada ou infeliz, mas, ao contrário, está se tornando mais e mais entusiasmada pela vida, o contraste com a existência problemática desse homem se intensifica.  Não importa o que ele, então, decida fazer, mas, ao aceitar o homem da sua vida exatamente como ele é, a mulher se liberta, de uma forma ou de outra, para viver sua própria vida – feliz para sempre.” ( Meditações diárias para MULHERES QUE AMAM DEMAIS, Robin Norwood)

Ninguém disse que entrar em recuperação seria fácil, muito pelo contrário, é necessário ir com calma, vivendo um dia de cada vez. É um trabalho de renuncias de atitudes que caminhavam conosco diariamente, e renunciar não é fácil. Não é fácil, mas não é impossível.

Só por hoje eu não vou buscar adequar o outro a mim. Só por hoje vou aceitar as pessoas como elas são para que então eu possa ser aceita como eu sou.  Só por hoje meu companheiro está limpo e em recuperação a 192 dias (6 meses e 12 dias) e estamos muito felizes. Só por hoje eu não quero me preocupar se vamos uma atender às necessidades do outro. Só por hoje quero continuar feliz como eu sou, sem ter que me preocupar a me adequar à ninguém.

Sigo em oração pelos adictos que ainda estão presos às garras da adicção ativa. 

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